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Territórios sem lei Na Vila Cascavel, pichação feita por facção em muro avisa a motoristas para entrar no bairro com vidros e faróis baixos


Na Vila Cascavel, pichação feita por facção em muro avisa a motoristas para entrar no bairro com vidros e faróis baixos (Foto: Biné Morais/O Estado)
É assustadora a constatação de que na Grande São Luís existem áreas onde a escalada da violência é consequência da repressão policial praticamente nula. Tais regiões são, geralmente, distantes dos centros urbanos e têm população pouco instruída e elevada taxa de desocupação, cenário perfeito para que o crime prospere e seus autores passem a ditar as normas às comunidades. Um dos bairros assolados por esse fenômeno social de abrangência crescente é a Vila Cascavel, vizinho ao periférico São Raimundo, onde um jovem foi executado recentemente por desobedecer ao toque de recolher imposto aos moradores pela bandidagem.
Quase fora do alcance das forças de segurança, os bairros da periferia e a zona rural da capital maranhense tornaram-se territórios sem lei. Nessas localidades, a ausência do Estado é percebida pela carência não só de policiamento, mas de todos os serviços públicos, como saúde, educação, infraestrutura, saneamento básico, dentre outras pendências. Em um ambiente tão caótico, a luta pela sobrevivência é permanente, tamanha são as dificuldades e ameaças enfrentadas pelos moradores.
No caso específico da Vila Cascavel, trata-se de um local inóspito até para a polícia, tendo em vista a alta periculosidade dos criminosos que habitam o bairro. As raras patrulhas realizadas na área não surtem o resultado esperado. Na verdade, parecem mais encenação de um sistema de segurança pública que prefere não importunar os bandidos a partir para o confronto, de modo a impor a força do Estado sobre a audácia cada vez mais desmedida da bandidagem, agrupada, nos dias de hoje, em facções, que travam uma guerra sangrenta e espalham terror entre as famílias.
Se na área urbana essas organizações criminosas são vetores de instabilidade social, na periferia atuam como estados paralelos, estabelecendo uma série de regras de convivência nos bairros e povoados onde estão fixadas. Não é exagero afirmar que centenas de milhares de habitantes de São Luís vivem hoje sob esse regime de exceção, sem direito pleno a ir e vir, a usufruir os bens adquiridos com o esforço do seu trabalho e, em casos extremos, a exercer a fé publicamente.
Na zona rural, o poderio das facções também é imenso. Assim como na periferia, nas áreas campestres da Ilha, a presença da polícia é tímida, insuficiente para fazer frente ao destemor dos criminosos. A ausência das forças de segurança é diretamente proporcional ao medo que tomada conta dos cidadãos, ameaçados, a todo instante, pelo risco de assaltos, furtos, estupros, latrocínios, assassinatos e outros crimes bárbaros. Nem mesmo a criação de três comandos policiais metropolitanos distintos, com efetivo exclusivo para atuar nas áreas mais remotas, tem sido capaz de levar a bandidagem a um recuo e de restabelecer a sensação de segurança da população.
Se o Estado não reassumir o controle dos territórios sem lei, em poucos anos a violência em São Luís se tornará insuportável. Tal alerta deve mobilizar os governantes desde já e levá-los a reagir para mudar a realidade cruel que ora se avizinha. Os cidadãos do futuro não podem, em hipótese alguma, viver à mercê da violência, sob pena de uma convulsão social, algo próximo da barbárie.
Editorial publicado nesta quinta-feira em O Estado do Maranhão

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