Em nota, o Governo do Maranhão apontou que o grupo de refugiados que chegou em São José de Ribamar no último sábado (19) saiu de Cabo Verde e a intenção era de chegar ao Rio de Janeiro ou São Paulo.
A embarcação que trazia o grupo formado por 25 estrangeiros de Senegal, Serra Leoa, Guiné e Nigéria, era um catamarã com motor de pouca capacidade. Durante o trajeto, o aparelho de GPS em poder dos tripulantes quebrou. Em seguida o motor da embarcação não suportou a extensão da viagem e logo parou. A partir daí a tripulação permaneceu à deriva durante 35 dias, até ser encontrada por outra embarcação de pescadores.
Os estrangeiros estão dispostos a pedir refúgio ao governo brasileiro, com intenção de permanecer no país para trabalhar. A solicitação será feita durante os depoimentos que eles darão à Polícia Federal. Pelo menos cinco africanos foram dar depoimento hoje (21). Eles teriam pago 1 mil euros, quase R$ 5 mil, para vir ao Brasil em busca de trabalho.
Chegada
Após a localização e resgate da embarcação, as primeiras providências tomadas ainda no Cais de São José de Ribamar: foram realizados os primeiros atendimentos médicos e servidas refeições para o grupo.
As ações foram realizadas com apoio da Empresa Maranhense de Administração Portuária (Emap), que administra o espaço em parceria com a Prefeitura de Ribamar. A equipe multidisciplinar do Centro Estadual de Apoio às Vítimas (Ceav) também prestou apoio psicológico. Em seguida, os refugiados foram atendidos na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Araçagi, na madrugada deste domingo (20), apresentando quadro de desidratação.
Após medicados e avaliados pela equipe multiprofissional da unidade, foram liberados e encaminhados ao Ginásio Costa Rodrigues, localizado no Centro de São Luís, onde permanecem até o momento.
Os estrangeiros receberam o apoio também da Secretaria de Estado da Educação (Seduc) e da Secretaria de Estado da Cultura e Turismo (Sectur), que forneceram intérpretes para que a comunicação seja mais eficiente.
Procedimentos migratórios
Sobre a chegada e estadia do grupo ao Maranhão, a Polícia Federal enviou uma nota, informando que foi instaurado um inquérito policial para apurar a possível prática de migração ilegal contra dois brasileiros, que estavam com os africanos no catamarã. Os dois suspeitos, que não foram identificados, foram presos.
Segundo a Capitania dos Portos do Maranhão, a embarcação foi apreendida e seguirá com a Marinha até a conclusão do caso. Já os refugiados estão sob a guarda da Polícia Federal, que está tratando dos procedimentos de imigração. Deve ser dada entrada no processo de refúgio deles.
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