No dia, ele decidiu “comemorar” o próprio divórcio saltando de um pêndulo que fica em uma lagoa formada em uma antiga pedreira.
A atividade, similar ao bungee jump, consiste em prender uma corda ao corpo para o salto. O nome “pêndulo” vem do movimento que o equipamento faz, de um lado para o outro, após a conclusão do pulo.
“Eu sempre fui uma pessoa muito calma, mas de um tempo para cá as coisas mudaram. Depois do divórcio eu queria aproveitar de todas as formas. Eu estava fazendo muita loucura. Não estava valorizando nem um pouco minha vida”, conta.
O que era para ser um dia de comemoração se tornou um evento que mudou a vida dele para sempre.
O jovem explica que o passeio, feito junto com um primo e uma amiga de infância, aconteceu três dias antes do aniversário de 22 anos e que o acidente serviu para o fazer valorizar as pequenas coisas da vida.
“Você começa a ver a vida e agradece a tudo. Não que antes eu não ligasse, mas eu não olhava com esse olhar. Minha vida nunca mais vai ser a mesma. Eu não quero mais ser aquele Rafael que eu era antes. Tenho que agradecer por estar vivo, que já é uma coisa muito grande”, compartilha.
Com a queda, o jovem fraturou o pescoço, a lombar, machucou as costas e o rosto, além de outros ferimentos.
Quase três meses depois do acidente e diversas sessões de fisioterapia e tratamento, Rafael ficou com algumas sequelas. Entre elas, dificuldade para levantar peso, dor em algumas regiões do corpo e fraqueza.
Além das dores físicas, também restaram traumas psicológicos para o jovem.
“O meu sono não é o mesmo. Não estou conseguindo dormir. Tive que ir atrás de ajuda. Comecei a ter crises, tenho pesadelos, tenho medo de ir dormir. A gente acha que a gente é forte, mas se você tiver um especialista ou uma luz é muito melhor do que tentar levantar sozinho”, compartilha.
Desde o acidente, Rafael, que é operador de produção e faz inspeção industrial em uma fábrica de Araucária, onde também mora, está afastado do trabalho pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
Por meio de nota, os responsáveis pelo parque afirmaram ao g1 que o local continua aberto, mas que a atividade do pêndulo está suspensa. O comunicado frisa também que a modalidade era desenvolvida por uma empresa especializada e afirma que o evento do acidente foi traumatizante.
Ainda conforme a empresa, no dia anterior ao acidente pessoas invadiram o local. Um Boletim de Ocorrência foi registrado junto à polícia. Os responsáveis afirmaram aguardam a conclusão da perícia do equipamento para tomar as providências cabíveis.
Procurada, a Polícia Civil disse que não há investigações em andamento sobre a invasão, nem sobre o acidente.
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